quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Breve Estória de Sérgio Santos





mulher: vamos visitar uns amigos na cidade do México!
marido: não vou tirar passaporte!
mulher: então vamos passar as férias em algum lugar...
marido: que não seja na praia. já mora à beira de uma....
mulher: tem um lugar na montanha muito legal. Tiradentes.
marido: tá legal
chegaram segunda-feira.
Sábado 10:00h entram no boteco que vendia jornais na cidade.
Domingo 04:00h marido pede a conta (dezoito horas depois!)
18 cervejas um sem número de cachaças .....
marido para a dona: é mais barato comprar o bar
dona: eu vendo
moral da estória: marido nunca mais bebeu cerveja ou cachaça....
(mas é dono de um bar em Tiradentes........)

Restaurante Vovó & Cia - André Grobério





Eu pensei, vamos ajudar, vamos dar força para que isso aconteça. O primeiro ano foi bom, o segundo melhor e o terceiro tende a ser melhor ainda. Através das parcerias eu acho que vai para frente. Em todos os eventos aqui a implantação foi difícil, o pessoal quer as coisas já montadas, tudo pronto e com um resultado imediato. Ninguém tem paciência de plantar a semente para depois colher os frutos, o pessoal já vai direto querendo os frutos e se possível o suco.
Aqui é um local que já tem a tradição em eventos. Acompanhei tudo, eu comecei com a Haley que agora vai para o ano 18. Foi a mesma situação do Vicente. Ninguém acredita, ninguém quer dar força, e chega ao final, quando começam a aparecer os resultados, as pessoas querem entrar.
Eu ofereci a alimentação para os músicos no 1º Duo Jazz. A partir do 2º, outros restaurantes ofereceram contribuições. A cada ano vai melhorando, é um fator multiplicador. Acho que a prefeitura dá um suporte legal. O que falo com o Vicente é que de uns anos para cá os eventos em geral estão se profissionalizando. 

(por Daniela Aragão)

Daniel D’Olivier - Música Verde





Desde o período militar, sou ativista da ANISTIA INTERNACIONAL, que trabalha para garantir a livre expressão e consciência política em todo planeta, protegendo aqueles que são perseguidos por discordar das ditaduras e governos autoritários.
Aprofundando as questões políticas, não foi difícil perceber que a agressão ao homem pelo próprio homem, nasce antes, pela não compreensão do porque da existência da vida no planeta.
Se apoderando das terras e das riquezas da vida no planeta, o homem conseguiu somente gerar guerras e destruição.
O mais importante documento já produzido no planeta, nasceu a pedido de Kofin Anan, então presidente da ONU. Mais de 1.300 cientistas trabalharam nesse estudo, intitulado IMPACTO AMBIENTAL DO MILÊNIO (250 páginas sendo 30 disponíveis na internet).
Esse documento revela que o impacto ambiental dos últimos 50 anos foi o maior de toda história da Terra e que, se continuarmos mantendo os mesmos índices de consumo de matérias primas, não haverá mais equilíbrio ambiental e as catástrofes ambiental serão enormes e cidades irão desaparecer.
Assim, se para ouvir música, muitos já precisam se anestesiar (ou ficar algumas doses acima) é possível que em breve não tenhamos mais saúde nem para ouvir os pássaros para nos alegrar com seu canto, pois, com tanto agrotóxicos na agricultura, eles estão desaparecendo.
Recomendo a leitura do livro “Silent Spring” ou “Primavera Silenciosa” onde revela o fato de os pássaros simplesmente desapareceram em algumas regiões dos Estados Unidos devido a se alimentarem de frutos contaminados por agrotóxicos.
A música, assim como as artes, serve de alegria para os seres viventes, mas, será que teremos saúde no futuro, para estarmos com paz interior para ouvir uma suave melodia?
O Movimento Música Verde nasce da necessidade de prepararmos o planeta para as gerações futuras propiciando SAÚDE AMBIENTAL integral e URGENTE.

Daniel D’Olivier

Entrevista com Bruno Alves

                 



Eu falo que Tiradentes, merece, principalmente coisas boas como “Duo Jazz” que o Vicente está trazendo. E eu digo que esses eventos não agregam só no momento do acontecimento, mas o reflexo durante o ano é muito considerável. Embora como tenhamos dito antes, da questão do imediatismo das pessoas, as coisas demoram a apresentar resultados substanciais, mas acontecem. Recordo-me, de um final de semana em que a Ana Maria Braga esteve aqui, depois daquele final de semana em que ela fez o programa aqui, ao vivo na praça, fazendo comida e tal, todos os finais de semana começaram a ficar lotados. Isso é justamente o reflexo de um bom trabalho que foi feito aqui. Eu acho que Tiradentes tem que apoiar eventos culturais que são a sua cara. Penso que a cultura está mudando e quando o “Duo Jazz” realmente decolar, todo mundo vai querer entrar.
Bruno Alves é empresário e comerciante da Chocolateria Puro Cacau.


Entrevista com Glênia Chevitarese


          

Eu sempre gostei de música desde pequena e quando conheci o Vicente fiquei mais próxima ainda da música. Fiz trabalhos com Claudia Telles, Claudio Nucci, Tunai, 14 Bis, Carlinhos Vergueiro, Lúdica Música...
Em Juiz de Fora eu fiz alguns trabalhos com, a Key Lyra, filha do Carlinhos. Desenvolvi trabalhos em outras cidades também, como Diamantina, Itaipava, Araras e Belo Horizonte.
È um trabalho que exige muito dos produtores, mas é sempre gratificante, tem seu lado positivo.
Mas me voltei para a confecção seguindo os passos de minha avó, mãe e tia. Foi um caminho natural, parei com a produção musical e produzo moda em Tiradentes à sete anos .
Glênia Chevitarese é empresária da Madame Sá

(por Daniela Aragão)

Entrevista com João Carlos Assis Brasil


Comecei a tocar com 3 anos, ganhei um pianinho de brinquedo que me despertou. Aí com quatro anos comecei a estudar. Eu tinha uma única tia que tinha um piano de verdade e fui lá e comecei a tocar, compor, a improvisar e pronto. Desde criança que eu componho. É dom mesmo, nasci com isso, minha formação é totalmente clássica. Fui para Paris, Londres, Viena, fiquei muitos anos na academia de Viena. Estudei pra valer, ganhei prêmio internacional Bethoven. Da década de oitenta para cá que resolvi expandir para o popular.


(por Daniela Aragão)

Entrevista Bernard Fines





Timbre, bom gosto e sensibilidade são as marcas de Bernard Fines. Falamos um longo tempo sobre música brasileira, jazz e música francesa.
Sou músico, minha primeira formação foi piano clássico, estudei na França. Estudei 5anos, piano, solfejo, teoria musical, aí depois fui desenvolvendo a música como autodidata. Depois estudei contrabaixo, voltei ao piano, enfim, pelo piano e pelo teclado montei uma banda de jazz na faculdade.


(por Daniela Aragão)

Entrevista Fernando Cardoso


Nascido em Salvador-Ba, especialista em construção e conserto de instrumentos de corda, Fernando Cardoso vive há quatro anos em Tiradentes, onde não só desenvolve o a arte da luteria, mas também é músicos nas orquestas OPA “Orquestra Jovem de São João Del Rey” e na bicentenária “Orquestra Sanjoanense Ribeiro Bastos”.
A música sempre fez parte da minha vida, minha mãe era violinista, meu pai violonista e meu irmão mais velho violãocelista.
Meu objetivo agora é contribuir com essa cidade que me acolheu tão bem, agregando valores a ela, tornando-a ainda mais bela.

(fonte: Jornal das Lajes)

Entrevista com o pianista, arranjador e compositor Márcio Hallack







  
Daniela Aragão: Como apareceu a música em sua vida?

Márcio Hallack: Quando eu tinha cinco anos de idade uma tia minha chamada Bia, que mora em São Paulo, irmã da minha mãe, me levou para assistir ao filme Suplício de uma saudade. É um fato da minha infância.  Mas a coisa começou no filme que tem a música “Love is many explendored thing” (cantarola). Eu pedi para ver mais um pouquinho o filme, a sessão seguinte eu queria ver. Ela perguntou: “- mas porque você quer ver de novo?” Eu disse que queria ouvir a música. Cheguei em casa com o dedinho e toquei a música.

Daniela  : Sempre lhe perguntam quem vem em primeiro a musica ou a medicina .

 Márcio As duas são femininas. E nem uma das duas tem ciúmes uma da outra. Isso responde uma porção de coisas. daí por diante comecei a me especializar. convivi com muita gente no Rio, com Luizinho Eça , Hermeto Pascoal e seu grupo que volta e meia vinha em Juiz de fora para tocarmos.

Daniela: E o novo projeto

Márcio: Sim. Esse disco de canções que eu vou fazer agora, estou animado. Gravei uma série de canções minhas apenas piano e voz, eu mesmo cantando.

Daniela: E você tem uma entrada no cinema

Márcio: Exatamente. Eu fiz o Rei do Samba, depois fiz uma outra participação com o Zé Sette também no Janela do Caos, inspirado na vida do poeta Murilo Mendes. E recentemente participei de um curta chamado Rochedo de Minas, esse eu participei tocando e como arranjador. Esses filmes rodam por aí.

Daniela: E com relação ao Festival de Jazz de Tiradentes, você teve uma importância fundamental na concretização dele. É um Festival iniciante que está erguendo com um trabalho sério. Eu participei da segunda edição
Como cronista do evento .

Márcio: Sim, Zézinho costumava ir com freqüência em minha casa para tocar-mos . Certo dia veio o Vicente e me falou do projeto do DUOJAZZ em Tiradentes . O nome veio do DOIS em DUO formado Por Zezinho
 ( guitarra) Vicente Martins (percussão) ,que atuavam desde 2007 na cidade. Este trabalho marcou época. Sendo chamado atenção do Cartunista
Jaguar que mensionou em sua coluna no O GLOBO ,aos que viessem a Tiradentes não perdesse as apresentações que aconteciam de quinta a sábado na Biritaria Conto de Réis. Além da minha participação como musico indiquei todos os músicos que participaram da primeira e quase Todos da segunda edição. Como Victor Biglionne,Guinga,AC,Otavio etc.
Na segunda edição não pude partcipar por motivos particulares ,

Daniela: Eu participei do festival o ano passado entrevistando alguns músicos e achei bonita a generosidade do Guinga, que mesmo com problemas de saúde não deixou de ir, por acreditar na proposta.


Daniela: E os trabalhos atuais então?

Márcio: Tem o meu disco de canções que mistura a coisa brasileira do choro mas que vem para uma linguagem bastante moderna, romântica, erudita, misturada, nem eu sei te explicar. Mas digo que mexeu comigo.

Daniela: Marcinho muito obrigada, adorei.




(por Daniela Aragão)

Entrevista com Dr. Mário


  
 Faço isto porque acho que a cidade de Tiradentes é excepcional, diferente. Lá daquele alto São Francisco a gente vê a cidade toda, é uma paisagem muito propícia para a apresentação de música. Chamo de música clássica ou música erudita o que apresento, mas eu gosto de toda e qualquer música. Jazz, músicas populares, eu tenho por exemplo músicas russas, que apresentei num programa. Tenho apresentado diversas músicas, até popular brasileira. A maioria das pessoas que comparece durante o programa agradece carinhosamente,  ficam emocionados com a música. Uma senhora que estava sentada, eu reparei que estava chorando, e ela falou que eu estava apresentando uma sonata de Bethoven e ela lembrou de sua mãe que tocava isso no piano. Ela então ficou sensibilizada. O espetáculo lá é muito bonito no horário do por do sol, e isso tem sido muito propício. Para a própria cidade é uma atração, uma coisa a mais. As pessoas que vão lá ficam ouvindo as músicas e batem palmas. E eu falo, batam palmas para Mozart e não para mim, eu não compus nada.

(por Daniela Aragão)




Entrevista João Bartolomeu

              João Bartolomeu - empresario

Eu vim para Tiradentes já faz 15 anos, eu pinto, desenho, toco, faço colares e estou preparando um livro agora. Não é que escolhi Tiradentes, vim para cá para trabalhar, mexo com demolição. Estou fazendo um espaço para tentar acabar com a minha demolição, tinha um terreno e resolvi destinar um pedaço a outros fins. Acho legal um espaço que tenha música, teatro, pois gosto muito de cultura e educação. Rolam concursos de desenho, de poesia. Gosto também de esportes, pedalo com frequência e por aqui sempre tem passeio ciclístico. Estou acompanhando as caminhantes da estrada real. Ajudo teatros, dôo computadores para escolas e estou fazendo atualmente a campanha do livro. As pessoas costumam me pedir patrocínios, se estiver ao meu alcance eu procuro ajudar. 

Entrevista com Geraldo

               
 Geraldo – prof. Grupo aprendiz de violão


Este é um projeto do prefeito atual, sou funcionário da prefeitura e tive essa oportunidade de desenvolver esse trabalho. Temos o apoio da prefeitura, da paróquia que nos cede o salão e de alguns amigos. Hoje temos uma faixa de vinte e cinco alunos e temos tocado nas missas e em eventos da cidade.
Temos crianças apartir de 7 anos ,e o que nos da muita alegria é a procura
De vagas para novos alunos .
Mas fazemos uma pré seleção anual ,porque se não fica difícil o trabalho
Até pela nossa estrutura .
O nosso objetivo é viajar mais com o grupo,e aos poucos vamos atingindo
Nossos objtivo.
Tivemos a honra de ter-mos tocados junto com o Guinga no palco do DUOJAZZ,isso foi muito importante para vida de todos nós do grupo
Aprendiz de violão .


(por Daniela Aragão)

Entrevista com AC


Affonso Cláudio: Sou AC, saxofonista do Rio de Janeiro, minha formação musical é muito americana, me formei em saxofone pelo Berkley College of Music in Boston, fiz o mestrado em jazz na Califórnia Institute of the arts e mais recentemente, cerca de sete anos atrás, eu terminei meu doutorado em música pela UNIRIO. 
Meus principais professores de instrumento foram Joe Viola, Any Wats e Jordy Garzone. 
Estudei no Brasil também um tempo com Mauro Senise e tive outras influências tipo Paul Novus, Charlie Haden. 
Eu tive muito sorte, excelentes professores e pude estudar, música pra mim não é uma coisa fácil, é uma coisa extremamente difícil e tenho que me dedicar muito para alcançar um resultado que eu ache pelo menos satisfatório.

(por Daniela Aragão)

Entrevista com Oscar Araripe




"Cansado do verbo, achatou as palavras e começou a pintar"
(Jean Boguin)



Não nasci em Tiradentes mas escolhi viver aqui.
Mas com tudo não deixo de ser Tiradentino , pois ganhei o título de cidadão honorário, sou muito cidadão daqui até porque não pedi, foi espontâneo. Aliás isso muito me honrou pois tenho uma ligação profunda com esta cidade desde 65. 
Estive aqui em 1965 vindo de Ouro Preto onde fiz uma adaptação de Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Nós representamos no teatrinho de Villa Rica no primeiro festival de inverno de Ouro Preto. 
Tinha o Othon Bastos, música do Edino Krieger, linda música. E quando nós voltamos para o Rio, passamos por aqui e fizemos uma apresentação no Solar dos Ramalhos. Mal sabia eu que trinta anos depois eu viria morar na mesma rua. 
Quer dizer, é uma ligação kármica até. Depois também tem essa questão da pintura, os ingleses falam muito bem, landscape, ou seja, ela antecede a visão

    (por Daniela Aragão)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Entrevista com Victor Biglione



Do dia 13 ao 16 estive em Tiradentes a convite de Vicente Martins, diretor do Duo Jazz Festival. Foi um enorme prazer conversar com os músicos: Victor Biglione, João Carlos Assis Brasil, Rai Medrado, Dudu Lima, Tony Oliveira e Guinga. Segue abaixo o bate papo descontraído e alto astral com o talentosíssimo guitarrista número 1. 



Entrevista com Victor Biglione no Restaurante da Vovó, em Tiradentes numa noite quente de sábado do dia 14 de novembro de 2001.


Daniela Aragão: Já que estamos com o livro aqui na mesa, nada melhor do que começarmos por ele que abrange toda a sua carreira. Como é que surgiu essa idéia?


Biglione: Eu estava andando na rua e um jornalista, acho que foi o Luiz Pimentel, do Jornal do Brasil, falou assim : “O Victor, presta atenção no que eu vou te falar, eu tenho a impressão que dos músicos que não nasceram no Brasil, você é o cara que mais trabalhou com a música brasileira, você já se tocou disso?” Eu falei uai (bem mineiro) não. A partir disso procurei o Instituto Cravo Albim e a Heloísa Tapajós me recomendou (a Losinha maravilhosa, irmã do Mú, do Dadi, que eu toquei na Cor do som) e apresentou o Ricardo Cravo Albim, que eu já conhecia, é lógico. Me indicaram esse menino, o Euclides Amaral, esse pesquisador (mostra o livro). Foram seis meses de pesquisa, um trabalho sensacional e eu sempre cuidei das minhas coisas, guardei o material fotográfico todo, tem mais de 70 fotos com artistas da MPB. Aí foi um presente, meus 50 anos, essa moda né, o cara que fez mais gol no brasileiro....Arrumei meu recordezinho, meu recordezinho de leve, eu fiquei felicíssimo pois para um cara que não nasceu aqui ser tão bem recebido de braços abertos pela MPB. Foi um negócio maravilhoso.

Daniela: Eu vou tentando retomar na memória uma série de discos em que eu vejo sempre o seu nome

Biglione: Exato. Tem um capítulo que se chama Victor Biglione de A a Z, são mais de 250 nomes da MPB. Eu ainda peguei o finzinho da fase de ouro da MPB assim, trabalhei com música brasileira mesmo.

Daniela: Você tocou com a Elis?


Biglione: Toquei. Não tem ninguém que eu não toquei. Quer saber o que eu gravei com a Elis? Para Lennon e MC Cartney, no Luz para as estrelas, limparam a voz dela e chamaram arranjadores que nunca tinham trabalhado com ela. O Wagner Tiso me chamou, o Gilson Peranzzetta. Fiz parte desse rearranjo. Com ela viva eu só fiz o especial do Daniel Filho, o Grandes Nomes, que ela faz com a Gal. Eu vi ela viva, tocamos juntos Vivendo e aprendendo a jogar, do Guilherme Arantes. Aí fizeram essa idéia maravilhosa da Som Livre, tem dois artistas que eu trabalhei depois deles já terem falecido, a Elis e o Tim Maia. Eu gravei um disco com o Tim Maia quando ele já estava falecido chamado Sou Tim, eu gravei o Lindo lago do amor, do Gonzaguinha e gravei Saigon, essa música é linda né?

Daniela: A que você atribui esse fato de tocar com todo mundo? A sua versatilidade que te faz ser esse número um...E você tem uma personalidade muito própria, tem uma identidade o seu tocar.

Biglione: Eu gosto da música toda: samba, jazz, bossa nova, blues baião, o que for. Eu trabalho com cinema também, fazendo trilha, eu tenho dois kikitos. Assinando trilha sonora mesmo, eu ganhei o Festival do Rio, o festival de conservatória. Adoro cinema, e vão entrar nesse ano dois filmes que estou assinando, o Elvis e Madonna e o Caçador de sonhos. E eu gosto de tudo, não vou me prender a uma coisa só, eu gosto da música no todo dela. Eu penso igual ao Vicente (idealizador e diretor do Festival) “programa tudo”, gosto disso que está tocando, só não gosto de coisa ruim. 

Vicente: Ano que vem podemos programar um duo com suas trilhas de cinema. As imagens seriam exibidas ao fundo. Uma sugestão...

Biglione: Pô, legal, ótimo. E o fato de eu ter sido criado em Copacabana ajudou muito, é uma mistura muito grande e você recebe tudo o quanto é tipo de informação. Minha mãe estava me apresentando o Reginaldo Bessa, toda a turma da Bossa Nova, eu estava escutando Led Zeppelin, aí acordei Baile, com Zé Kéti. Tudo muito presente, muito verdadeiro.

Daniela: Você começou a tocar quando? 

Biglione: Com 12 anos eu comecei a tocar, e como minha mãe era metida a moderninha já concordou que eu fosse músico. 

Daniela: Desde pequeno você já sentiu que música era a sua praia?

Biglione: Não, eu queria ser jogador de futebol. Mas eu fiz teste para o Flamengo e fui reprovado, aí fui lá pra Marechal Hermes e fui aprovado. Aí meu pai falou, você foi aprovado, mas ele gostou de você para zagueiro. Falei - ah não, zagueiro não, nenhum garoto quer ser zagueiro. Foi um cara amigo da minha mãe, um hippie, que apareceu com o violão, me apaixonei por violão e nunca mais parei. E vi que tinha mais jeito pra tocar do que pra futebol, você percebe isso. 

Daniela: Lembro de você no Cultural e também tocando na Pró Música com o Wagner Tiso. O que me impressionou foi essa sua capacidade de transitar entre os gêneros. 


Biglione: Lá no Cultural eu estava tocando rock, eu adoro. Eu gosto de tudo o quanto é música e a MPB foi me levando a variedade de artistas, um recomendando para o outro da MPB, acabei gravando com quase todo mundo. Não tem ninguém que eu não gravei, toquei ou participei.


Daniela: O que você mais ouviu que te influenciou?

Biglione: O que eu mais ouvi e estudei sempre foi o jazz, a minha escola é jazzística. Eu estudei mesmo foi o jazz, as escalas, os acordes, a harmonia, a Bossa Nova, aquela coisa toda de acompanhar. Mas de ouvir eu ouço todo mundo. Não coisa ruim, é claro. Aqui no Brasil depois da gente ter Glauber Rocha, Edson Machado, Zé Kéti, Cartola, Sérgio Mendes, Chico Buarque, Egberto Gismont, Hermeto. É triste tanta coisa ruim hoje. 

Daniela: O que você está gravando agora? Algum disco autoral?

Biglione: Esse ano eu fiz coisa pracaramba. Eu lancei um disco de guitarra, essas guitarras de jazz, só tocando Tom Jobim, chama Uma guitarra no Tom. Super cool, só tocando Tom Jobim. Depois lancei Tributo a Ella Fitzgerald, só Ella abrasileirado, arranjos brasileiros. Ainda lancei esse livro. Foi lançado dia 5 de novembro. E vou falar, morar no Brasil para mim é um sonho, é um país que eu adoro. Tem um monte de amigo meu que me pergunta: “você torce para quem, Brasil ou Argentina?”. Eu falo que torço para a Argentina, é lógico, mas não frequento a Argentina, esses amigos meus por qualquer dez merréis já vão para a Argentina, gastar lá. Eu falo, eu torço para a seleção Argentina mas gasto meu dinheiro todo, centavo por centavo no Brasil. O que que adianta, torce pro Brasil êêêêê e amanhã já está embarcando para Buenos Aires. Lindo é o Brasil, é o meu Rio de Janeiro. Buenos Aires tô fora. Já viajei muito, mas o maior país do mundo para mim é o Brasil. Você pode viajar, voltar com o dinheiro forte, euro, dóllar, agora morar eu sempre tive certeza que o lugar é o Brasil. Já recebi inúmeras propostas, mas morar eu moro no Brasil.

Entrevista Dudu Lima





"Não pode parar nunca, a música não te espera, ela é uma mulher ciumenta e te exige o máximo. É muito bom poder tocar" 





Daniela Aragão: Quando você começou a tocar?





Dudu Lima: Comecei com 11 anos e profissionalmente com 14. Caramba, as vezes você se lembra de você mesmo.





Daniela Aragão: Você está com quantos anos?





Dudu Lima: Estou com 37, faço 38 em janeiro. 





Daniela: Começou com contrabaixo mesmo?



Dudu Lima: Sim, comecei com contrabaixo elétrico. Eu fui passar umas férias com uns primos que eram músicos e comecei a ouvir muito o som do contrabaixo e fui perguntando sem forçar a barra – que som que faz isso? E pedi um contrabaixo de natal, quando eu tinha 11 anos. Aí começou essa história, eles me ensinaram as primeiras músicas, fui tocando as coisas que tinham possibilidade, em que eu decorava o lugar do dedo. E isso é fundamental para você começar a entender o instrumento, que é um desconhecido total. A gente estuda o instrumento a vida inteira e ele continua um desconhecido, pois é infinito. Foi muito legal eu ter tido o suporte deles no começo, e depois em Juiz de Fora comecei a estudar na Pró Música com o Amaury, que era o baixista do Soma, uma banda de baile de Juiz de Fora. Ele tinha um ouvido muito bom, e estudei também com o César Tabet teoria musical. César foi um grande mestre para mim, me ensinou a ler música, eu era um analfabeto completo musical. Ele é uma pessoa maravilhosa pela qual tenho um carinho enorme. 



Daniela: Você passou pelo conservatório?



Dudu Lima: Não. Eu perguntei ao César: - eu quero saber quando o acorde é aqui, o que ele fala. Daí ele falou que eu tinha que estudar harmonia, então fui. O Sylvio Gomes, maestro da Orquestra de Jazz da Pró Música, iria dar um curso em Juiz de Fora em 1988, foi a primeira ida dele para Juiz de Fora. Só que ele deu três aulas nesse curso e teve que parar por um motivo profissional, daí fui para o Rio estudar com o Ian Guest. Fiz escola de harmonia, tive aulas com vários professores, entre eles o Estevão Teixeira, estudei com o Adriano Gifoni, aprendi com ele sobre ritmos brasileiros, ele é um especialista. E em Juiz de Fora tive a oportunidade de tocar com músicos da pesada que considero os mais importantes como o Big Charles, Toninho Oliveira, Goianá. Então eu novo tocando com eles, e eles tinham muita paciência comigo. O Big me ensinou muito, o Fofinho.



Daniela: O Big é meio pai de todo mundo né?



Dudu Lima: É, pai de todo mundo. Juiz de Fora me deu essas oportunidades e principalmente o Jazz Club, eu devo a minha vida musical ao Jazz Club e falei com o Big que deveria ser feito um documentário sobre o Jazz Club. Nós tínhamos 15, 16 anos e eles deram abertura para a gente tocar lá. Eu tinha uma data toda semana lá. Eu tocava com o Fabiano, e o Fofinho era o baterista. O Fofinho é outro cara fundamental na minha vida, montou lá em casa as tumbadoras. O Fofinho tinha muita experiência musical, um dia levou uma pilha de vinis para gente ouvir, montou a tumbadora e começou a explicar tudo, “ _ a onda samba é aqui, você tem que ouvir isso, o swing é aqui e tal”... Eu tive então essa sorte. 



Daniela: O Fofinho é um intuitivo né?



Dudu Lima: Claro, mas com uma cultura musical enorme. Falava:- “agora vamos ouvir a faixa três do lado dois, ali tem um solo”. Fofinho tem uma cultura musical impressionante. Então essa coisa fomentou e lá no Jazz Club tínhamos contato com o Nico Assunção, Arthur Maia, a Joyce, a Joyce dando canja com o Toninho Horta, depois do show no Teatro Solar, nunca mais esqueci. Ali que aconteceu mesmo. 



Daniela Eu estava nesse show da Joyce, eu tinha 14 anos na época. Me lembro que o show demorou pracaramba para começar, se me recordo eles tiveram um problema com o acerto do som e tal...



Daniela: Nessa época você já estava com o baixo acústico?



Dudu Lima: Eu comecei a tocar o contrabaixo acústico em 91, por influência do Mauro Continentino. O Mauro mudou para Juiz de Fora e nós começamos a tocar de duo. Um dia ele levou um baixo acústico e falou: “-Nós temos agora um show de duo daqui a uma semana, você de baixo acústico e eu de piano”. E falei então tá bom, muito obrigado (risos). Eu tinha estudado um pouco de baixo acústico, mas não tocava. Tinha os princípios técnicos, mas a gente sabe que tem que viver com o instrumento o dia inteiro. Mas foi legal pois ele me deu uma agulhada, entrei de cabeça, fiz o show e me envolvi com o baixo acústico num amor assim pleno... é um instrumento fundamental na minha vida musical hoje. Me lembro bem que o Fofinho ficava no case do meu baixo elétrico, ele gostava de tomar uma cachacinha, com a feijoada, imitando no meu case o baixo acústico e dizendo: “- Você tem que tocar isso aqui, baixo acústico”.



Daniela: E o acústico te dá uma possibilidade muito maior de inserção no jazz né?



Dudu Lima: Ah claro. O elétrico também tem, mas no acústico estão as raízes, a madeira, a coisa orgânica, a origem realmente. Eu adoro o elétrico também, mas o acústico tem essas possibilidades todas. 



Daniela: Você fez direito né?



Dudu Lima: Pois é, me formei em direito, sou bacharel em direito. Minha mãe, que foi uma figura muito inspiradora na minha vida, tinha o sonho de entrar na igreja comigo. E ela estava adoentada, realizei isso para ela. E foi legal porque ainda toquei no baile da minha formatura.



Daniela: E você conseguiu compatibilizar bem?



Dudu: Consegui compatibilizar na medida em que o direito me serve às vezes para contratos e tal. E vou te falar, o direito como ciência é muito bacana. Foi um estudo interessante, mas na prática ele é todo distorcido.



Daniela: Sueli Costa também fez direito e largou no último período.



Dudu: Sim, eu convivi muito com o Afrânio, irmão dela. Toquei muitos anos com o Afrânio, eles são uma família musical pracaramba. A mãe deles, Dona Maria, nem se fala. 



Daniela: Pois é, Telma, Lisieux, dona Maria Aparecida, grande família. Em geral o contrabaixo vem como um instrumento que acompanha, compõe a banda. Seu contrabaixo mostra uma autonomia, como se ultrapassasse os limites do som do próprio contrabaixo.



Dudu: Uma coisa interessante, O Paulo César Barros, que é um baixista da pesada que tocou com Renato e Seus blue Caps, me deu uma fita de vídeo do Jaco Pastorius e falou: “-Vê isso aí garoto”. Eu ficava vendo aquilo, não entendia nada do que estava acontecendo, mas sabe que aquilo ali foi talvez a coisa mais determinante na minha vida. Eu pensava, queria entender isso um dia, só entender, tocar nem pensava.



Daniela: Você explora muitas sonoridades, às vezes seu contrabaixo é uma guitarra, um violão...



Dudu: O Pastorius me inspirou para trilhar esse caminho, ouvindo aquilo ali eu tive a audácia de pensar que eu também poderia adentrar nesse universo. E entrei de corpo e alma. Foquei meu trabalho autoral nesse desenvolvimento do contrabaixo, pensando nesse lado, como para expressar as idéias né? E fico muito feliz de fazer disso que era um obstáculo na minha cabeça, tornar-se uma coisa concreta. Uma sonoridade que busca uma outra coisa que a gente não sabe nem qual é. E não pode parar nunca, a música não te espera, ela é uma mulher ciumenta (com todo respeito ao sexo feminino, risadas) e te exige o máximo. É muito bom poder tocar. 



Daniela: Você é um músico que transita muito pelo instrumental e que ao mesmo tempo interage com o público. Isso é lindo. 



Dudu: Sempre pensei que o jazz não precisa de ser essa coisa hermética. Isso eu aprendi muito no meu trabalho com o Stanley Jordan. Foi fundamental isso, eu sempre percebi essa necessidade de interação. Ele tem muito isso, já tocou nas ruas. Desde o nosso primeiro contato, em 2001, fazemos agora a décima tourné juntos. Eu aprendi muito com ele, essa energia, esse respeito ao público não para conquistar e fazer merchandizing, mas um respeito genuíno pelo público. Como você está tão feliz tocando, vamos deixar todo mundo feliz, não vamos guardar isso. A gente tem um presente e tem que distribuir. Ele tem um carisma e sou admirador disso, percebi que esse carisma parte da verdade, tem que ser uma coisa verdadeira. Tem que ser você ali. 



Daniela: Como está a recepção do jazz?



Dudu: Quando você está num Festival de Jazz como este aqui, teoricamente você já parte de um campo favorável. Você tem esse público e tal, mas de qualquer forma eu cheguei na verdade a conclusão de que é tudo igual. Uma vez tínhamos uma tourné patrocinada pela Companhia Força e Luz que começava em Manhuaçu, fizemos aquele circuito com o Fabrício Conde, que é de viola. Naquelas cidades pequenas: Leopoldina, Cataguases, Muriaé. Eu sei que a viola no interior mineiro tem um apelo total e saímos tranquilos com ele. Ali o trabalho era o trio servindo de base para a viola, fizemos um disco com ele, a direção musical era minha. Ali era bacana, o trio servindo de base para a viola, depois surgiu o convite para fazermos um circuito nosso, só o trio. Daí chegando em Manhaçu (eu tenho o retrato), quando passamos o som de tarde, entraram quatro criancinhas do interior, pé sujo, shortinho. Numa certa altura acabou a música e elas disseram: - Moço a gente pode dançar? Estavam eu, Leandro Schio e Dudu Viana. Falei: - claro, pode sim. Aí mandamos mais um som, era Miles Davis, e um deles falou: - de noite eu posso trazer minha turma aqui? O Márcio Bahia, batera me falou uma vez uma coisa: “- Quando a criança gosta da música é porque ela é verdadeira, se as crianças ficarem tristes quando você começar a tocar, tem que mudar alguma coisa”. Isso é teoria Hermetiana, deles lá. Daí eu me lembrei disso, e nessa noite dos meninos estava lotado. Foi uma lição para mim. A emoção é universal do ser humano, então esse mito do jazz tem que ser quebrado. E o Stanley falava isso : “Pô bicho, quando eu tocava nas ruas de Nova York eu tinha que agradar a todos, agradar o cara que morava na rua, o executivo que estava indo trabalhar, a senhora que estava passeando com a criança, enfim, a todos os que passam por uma rua”. 



Daniela: Quais são suas maiores influências? Tem alguma coisa que atualmente está te perturbando, afetando digamos de maneira positiva os ouvidos? 



Dudu: Eu ouvi muito jazz, como te disse o Jaco Pastorius foi uma de minhas maiores influências, o trio do Bill Evans, Ron Carter, a música do Hermeto me influenciou bastante - tive o privilégio de tocar com o Jovino, que é pianista dele. Acho a cultura Hermetiana o maior berço, sem qualquer patriotismo exagerado. Jobim, choros, Villa Lobos, Waldir Azevedo. 



Daniela: Eu ouvi você tocar lindamente o Trenzinho do Caipira, o seu contrabaixo reproduzindo o som da locomotiva.



Dudu: É uma influência grande do erudito, Bach. Apesar de eu não ser um músico erudito, sempre estudei muito o erudito, acho o erudito o maior estudo técnico que existe. Claro que você vai estudar outros estudos técnicos como Waldir Azevedo, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Hermeto Paschoal, Charlie Parker. Todos esses mestres me encantaram. E tenho ouvido muito uma baixista que se chama Esperanza Spaldi, uma baixista americana de 22 anos que toca muito, canta muito também, faz um trabalho de voz junto com o instrumento. É uma baixista fantástica e tenho ouvido muito o som dela, é uma das boas surpresas. 



Daniela: Tenho visto grandes músicos acompanharem cantoras, como é o caso do Grupo Pau Brasil, que acompanha Mônica Salmaso. 



Dudu: É da pesada, Mônica tem um trabalho incrível. Nelson Ayres, Rodolfo Stroeter, Paulo Bellinati.



Daniela: O contrabaixo do Rodolfo também imprime muita personalidade



Dudu: Pois é, e ele toca com a Joyce também. 



Daniela: E você roda o mundo e ainda tem o ponto fixo em Juiz de Fora?



Dudu: Tenho e faço questão disso. Hoje eu tenho filho, mulher que moram em Juiz de Fora, e a vida tranquila de lá, a proximidade dos grandes centros, a facilidade de locomoção, tudo isso me atrai. Juiz de Fora te oferece uma qualidade de vida muito grande, em uma hora e meia pego o vôo. Vou, mas a minha casa ta lá em Juiz de Fora. Eu gosto de ter aquele porto seguro ali que me deixa em contato com as raízes. As raízes é que me fazem não esquecer do que me levou a querer fazer isso. 



Daniela: Além do seu talento, você me chama a atenção por ser um músico que toca tanto em Montreux como no Bar do Salim. Parece que você não faz distinção, tipo, agora que já toquei na Europa não vou mais tocar nos bares de antigamente. Acho que você se preocupa é com a qualidade do que vai fazer no momento né?



Dudu: Isso. O Mauro Continentino sempre falava, tocávamos de segunda a segunda. As vezes a gente tocava num lugar que tinham duas pessoas e ele dizia: “- duas ou cem é a mesma coisa”. Não importa o lugar, importa o que você está tocando. O barato está em mim, não no lugar. Ele tinha um sonho: “- vamos comprar um caminhão e sair viajando, atacando pelos cantos”.



Daniela: Meio Caravana Roliday (risos)



Dudu: Com o trio consolidamos essa filosofia, moramos juntos, tocando, tocando, tocando. Aquele exemplo hermetiano de tocar 12 horas por dia com um calor de quarenta graus. Moramos juntos durante oito anos fazendo isso. É uma irmandade musical, o grande lance é o grupo. 



Daniela: Agora para terminar fale do disco



Dudu: Esse disco se chama Ouro de Minas em homenagem ao Milton Nascimento e João Bosco. O Milton gravou Cafuné na cabeça malandro eu quero até de macaco, parceria dele com a Leila Diniz, que ele escolheu. João Bosco fez o Ronco da Cuíca e nós gravamos além dessas Corsário, Bala com Bala, do Milton Cravo e Canela, Fé Cega faca amolada

(por Daniela Aragão)