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Dia 14 de Novembro
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Guinga em Tiradentes
Intérprete, compositor e cantor. Carlos Althier de Souza Lemos Escobar, ou melhor Guinga, é um artista
dos mais brilhantes do Brasil. Carioca de 1950, aprendeu violão aos 13 anos e começou a compor aos 16. Aos 17 já tinha música classificada em Festival Internacional da Canção. Acompanhou diversos artistas da primeira linha. Teve outros tantos como parceiros em suas composições.
Guinga já conta com considerável discografia. Seu trabalho Cheio de Dedos arrebatou vários prêmios. O CD Suíte Leopoldina teve amplo sucesso de crítica e especialmente da imprensa especializada.
Este é uma artista que por onde passa deixa encantamento. É um lapidador do som. É um artista que vai muito além do talento, é aquele trava uma luta consigo mesmo a buscar a melhor interpretação. É por isso que Guinga é uma unanimidade.
Quando planejamos a inauguração do Centro Cultural Yves Alves, levantamos uma série de artistas que poderiam fazer um bom concerto para marcar a primeira atividade da casa, que com certeza se transformaria num marco da vida cultural de Tiradentes. Quando surgiu o nome de Guinga, não tive o menor receio. Era a pessoa certa para o momento especial. Casa lotada, grande expectativa. Guinga entrou no palco e nos brindou com uma apresentação sublime. O som vibrante de suas cordas ocupou o palco e o auditório. Invadiu nossas almas. Guinga no palco cresceu assustadoramente, mas nada de volume e peso. Guinga se agigantou e se iluminou. Nos proporcionou momentos inesquecíveis com suas interpretações.
No Duo Jazz Festival reencontramos Guinga no Largo das Forras. Uma platéia silenciosa aguardava por suas composições. Não houve quem não resistisse aos seus acordes. Na Mostra de Cinema de Tiradentes, em uma exibição no Cine Praça, o artista também nos presenteou com um dos mais emocionantes depoimentos aqui já mostrados: Guinga revelava uma obscuridade do dia a dia e com sua veracidade focava uma realidade tão camuflada da sociedade: a violência contra as mulheres. É por tudo isso que Guinga tem tantos admiradores. E, não podemos deixar de falar de sua composição Senhorinha, obra dedicada as suas filhas, a qual Luís Fernando Veríssimo registrou: “Quem não se emocionar deve procurar um médico urgente porque pode estar morto”. Ou ainda o depoimento de Paco de Lucia: “Tive vontade de trocar o meu universo pelo dele”. O reconhecimento não para aí, sua obra passa a ser orquestrada e sua agenda de concertos internacionais vai crescendo: Itália, Estados Unidos, Suíça, Alemanha e Canadá. Em 2012, realizará 40 concertos nos Estados Unidos.
Receber Guinga em Tiradentes é um enorme prazer. O 4º Duo Jazz Festival presta-lhe justa homenagem. Guinga é um dos mais completos artistas da contemporaneidade.
Luiz Cruz
Professor, associado fundador e atual
vice-presidente do Centro Cultural Yves Alves
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